Mais de 70% dos brasileiros não separam lixo comum do reciclável; aprenda a descartar corretamente
Colocar o lixo para fora de casa muitas vezes traz a sensação de alívio, como se acabasse ali a responsabilidade de cada um sobre o destino dos resíduos. Mas a verdade é que o caminho do lixo está longe de acabar, e o brasileiro ainda não aprendeu a cuidar do próprio lixo. Pesquisa realizada pelo Ibope em parceria com a Abrelpe e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que mais de 70% dos brasileiros não separam o lixo em comum e reciclável. Os dados se referem ao ano de 2019.
De acordo com os dados do último Diagnóstico de Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos do Brasil, o país gera mais de 80 milhões de toneladas de lixo todos os anos e recicla menos de 4%. Os impactos podem variar desde enchentes em ambientes urbanos até o desequilíbrio de um ecossistema inteiro. O descarte indevido do lixo traz consequências ambientais que, a longo prazo, podem se tornar irreversíveis.
Segundo o professor de geografia Lucas Lopes, esses impactos podem variar dependendo do tipo de material. “Um resíduo que deveria ter sido reciclado, como uma garrafa pet ou um papel, pode gerar poluição de um recurso hídrico, pode gerar enchente”. Ainda segundo o professor, outros tipos de materiais, como hospitalar ou radioativo, requerem atenção redobrada. “Cada tipo de lixo vai gerar um impacto ambiental diferente. Lembrando que esse impacto pode ser não apenas ambiental, mas também social.”
Boas práticas no descarte de resíduos, como a coleta seletiva, são fundamentais para evitar problemas ambientais e sociais. “Quando a gente olha para a coleta seletiva, o impacto direto é um controle maior dos impactos ambientais e da proliferação de lixo. Mas fazer a coleta seletiva pode resultar em níveis um pouco mais secundários de uma cadeia um pouco maior: pode gerar economia de energia, pode gerar empregos. Acabam tendo um espaço muito amplo os fatores positivos que a coleta seletiva pode trazer.”
Por mais que muitos não saibam a diferença e utilizem as palavras como sinônimas, elas se referem a estágios diferentes do descarte do lixo.
Coleta seletiva: é a separação do lixo orgânico do que pode ser reciclado;
Reciclagem: é a transformação do material em matéria-prima para que possa ser reutilizado.
Como realizar a coleta seletiva?
1) Faça a separação por tipo de material
Cada elemento tem um tipo de reciclagem, por isso, deve ser separado de acordo com sua composição para que seja processado adequadamente
2) Tenha uma lixeira para cada tipo de resíduo
Cada item reciclável é conhecido por uma cor:
-Papel: azul
-Plástico: vermelho
-Vidro: verde
-Metal: amarelo
-Material orgânico: marrom
3. Faça a limpeza de cada item
A coleta seletiva não é composta apenas pela separação do lixo. É preciso higienizá-los corretamente para evitar o comprometimento do material.
4. Embale corretamente
Alguns itens de reciclagem precisam ser preservados, como o papel, que ao ser amassado pode deteriorar as fibras de celulose.
5. Pesquise qual o destino correto de cada item
Realizar uma pesquisa para descartar o material no local certo é indispensável.
6. Procure pontos de entrega específicos
Os pontos de coleta podem ser da prefeitura ou de iniciativa privada.
O que reciclar?
Plástico: garrafas pet e embalagens para refrigerantes, águas, sucos, óleos comestíveis, medicamentos e cosméticos, copos, canos, embalagens de material de limpeza e de alimentos, sacos;
Papel: revistas, jornais, embalagens. O papel e o papelão são os materiais mais coletados e reciclados, graças aos catadores. No Brasil, 71% do papelão é reciclado, índice superior ao dos Estados Unidos;
Vidro: garrafas, copos, recipientes. O vidro é 100% reciclável. No Rio de Janeiro existem várias empresas com essa iniciativa, como a Vidro Limpo;
Metal: latas de aço e de alumínio, clipes, grampos de papel.
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