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Foto do escritorAna Clara Alves

Mostra Maré de Música, um evento que junta arte e diversidade

Atualizado: 19 de jun.

Festival mistura nomes consagrados com artistas locais; próxima atração é Mãeana, em 7 de junho


Um festival de música realizado no Complexo da Maré, Zona Norte do Rio, se transformou em palco de cultura, diversidade e valorização dos artistas das comunidades. Para este ano, a Mostra Maré de Música tem atrações que vão da cantora Mãeana - que se apresenta em 7 de junho - até artistas como o rapper Don L e a cantora Bala Rosa.


A Mostra Maré de Música, evento realizado pela organização Redes da Maré, acontece desde 2019. Promove tanto artistas independentes, produtores culturais dos territórios do complexo e nomes consagrados, proporcionando encontros musicais únicos para a população do complexo. Segundo o Censo Maré, o complexo tem cerca de 140 mil habitantes espalhados pelas 16 comunidades. Na sexta-feira (17), o rapper Don L comandou o terceiro show de 2024, no Centro de Artes da Maré (CAM), um espaço dedicado à cultura na favela. 


Localizada na Zona Norte do Rio de Janeiro, a Favela da Maré é conhecida não apenas pelos desafios sociais que enfrenta, mas também pela riqueza de sua cultura e pela vibrante cena musical que abriga. Na Mostra Maré de Música, cada show apresenta pelo menos duas atrações: um artista de território popular e outro já consagrado, fortalecendo a cena musical carioca e destacando a diversidade musical da Maré. Já participaram da mostra artistas como Liniker, Rico Dalasam, Larissa Luz e Tereza Cristina, entre outros.


O evento do dia 17 de maio destacou artistas da cena do rap, hip-hop e trap. Antes de Don L, apresentaram-se as cantoras Bala Rosa e taldiBruna.


Oriunda da Zona Norte do Rio de Janeiro, Bala Rosa encontrou no hip-hop uma forma de expressão após ser profundamente influenciada por essa cultura ao longo de sua vida. Com cinco anos de carreira e uma série de singles de sucesso, ela é uma figura conhecida na cena do rap e hip-hop carioca. A jovem taldiBruna, de apenas 19 anos, também tem chamado atenção no mundo do rap. Ela nasceu e cresceu na Zona Norte do Rio. Tem formação inicial em danças urbanas, mas é na música que vem consolidando seu espaço.


O show principal da noite ficou por conta do rapper Don L. Natural de Fortaleza, o rapper vem sendo elogiado pela crítica como um dos nomes mais autênticos da música brasileira contemporânea. Com mais de 300 mil reproduções no Spotify, Don L foi consagrado com prêmios como Artista do Ano pela Associação Paulista de Críticos de Arte.


A Maré é também um complexo de comunidades marcado pela diversidade regional. Cerca de 36 mil habitantes, segundo o Censo local, são nordestinos, concentrados principalmente no Parque União. O lugar é conhecido pelo forró na praça todo domingo, além de ser um polo gastronômico com muitas referências nordestinas. 


Para Jonatas Magno, 24 anos, morador da Teixeira Ribeiro, uma das principais ruas do comércio da Maré, localizada no Parque Maré, a mostra musical reflete e valoriza a diversidade do território. “É uma experiência cultural muito importante e necessária. Poder ter esses momentos e curtir os shows dentro da minha própria comunidade, com os meus amigos e familiares, é muito prazeroso”, afirma. Magno conta que seu avô era dono de um bar na Maré e ele morava na casa em cima do estabelecimento. “Desde cedo já ouvi todos os tipos de música, seja das mais antigas até as mais recentes. Cansei de ter que dormir com o baile rolando. Que tenha muito mais!”


Gil Santana, 31 anos, nascido e criado do lado oposto de Jonatas na B9, uma das vias principais da Vila dos Pinheiros, também elogia os shows. “Não só pelo conforto de poder ir sem ter que usar muitos transportes ou precisar me deslocar por quilômetros… também tenho certeza que a coletividade, as amizades e se sentir pertencente, isso tudo torna incrível a imersão em qualquer evento na favela. Cada evento é um acontecimento histórico, marcado e político.”


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