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Trilhas, floresta e cachoeira: Petrópolis além dos museus

  • Foto do escritor: Ana Carolina Amaral
    Ana Carolina Amaral
  • há 3 dias
  • 4 min de leitura

De olho no ecoturismo, Cidade Imperial diversifica oferta de passeios; parques públicos, como Cremerie e da Serra dos Órgãos, atraíram 130 mil visitantes no último ano


Por Ana Carolina Amaral 



Trecho da travessia Cobiçado x Ventania, uma trilha clássica do ecoturismo de Petrópolis.                           Foto: Ana Carolina Amaral.
Trecho da travessia Cobiçado x Ventania, uma trilha clássica do ecoturismo de Petrópolis.   Foto: Ana Carolina Amaral.

Com 200 km de trilhas e 70% de área coberta por Mata Atlântica, Petrópolis tenta ir além do título de Cidade Imperial, conhecida pelos museus e pela arquitetura histórica. A cidade serrana a 70 km do Rio tem se tornado destino cada vez mais frequente para o ecoturismo, oferecendo paisagens e experiências únicas para quem busca aventuras e se conectar com a natureza. 


“Petrópolis é Serra, Petrópolis é feito nas montanhas. Muitos moradores daqui conhecem o mundo todo, mas não sabem da beleza que tem no seu próprio lar”, afirma o montanhista Eduardo Klippel, morador de Petrópolis. Ele diz que as atrações na cidade vão muito além da história e da arquitetura imperial. 


Klippel, de 22 anos, encontrou nas trilhas uma paixão e uma forma de se reconectar com os amigos. “O meu começo nas trilhas foi recente e a minha motivação para começar foi um amigo de infância que já fazia trilha e, como estávamos afastados, achei que seria legal acompanhar ele para nos reaproximamos”, conta. A partir disso, a prática mudou o estilo de vida de Eduardo, que fez curso de alpinismo e já explorou inúmeras montanhas. “Em Petrópolis já fiz a travessia Cobiçado x Ventania, Castelinho, Açu, Pedra do Quitandinha, Morro do Alicate. Mas, o mais marcante para mim, sem dúvidas foi conhecer os Portais de Hércules”, conclui Eduardo. 



Eduardo Klippel na cachoeira ‘Véu da Noiva’, no PARNASO de Petrópolis. Foto: Acervo Pessoal.
Eduardo Klippel na cachoeira ‘Véu da Noiva’, no PARNASO de Petrópolis. Foto: Acervo Pessoal.

Para outras pessoas, a prática vai além do lazer e se torna parte do tratamento médico. Antônio Marcos França, aposentado de 54 anos e morador de Petrópolis, encontrou na caminhada uma maneira de superar sequelas deixadas por uma cirurgia na coluna. “As caminhadas fazem bem à minha saúde e ajudam no meu psicológico”, relata Antônio. Para ele, a prática de trilhas é indispensável à saúde e ajuda tanto na recuperação dos movimentos, quanto no equilíbrio psicológico: “Achei que não fosse mais andar”, relata.


Ao lado de sua esposa, Alessandra França, de 48 anos, ele já percorreu diversas trilhas dentro e fora da cidade. Castelinho, Cobiçado, Véu da noiva, Pedra do Cortiço, Ventania e Pedra do Boné foram algumas das montanhas visitadas pelo casal na cidade. No começo, Alessandra fazia trilha para agradar ao marido, mas com o tempo pegou o gosto, tornando essa uma atividade contínua na vida de ambos. “A motivação é estar com o esposo para um lazer e com os amigos e curtir a natureza que é linda! Ver o pôr do sol, o raiar do sol é top demais”, afirma a esposa. 



Antônio Marcos França e Alessandra França no topo de uma montanha de Petrópolis. Foto: Acervo Pessoal.
Antônio Marcos França e Alessandra França no topo de uma montanha de Petrópolis. Foto: Acervo Pessoal.

Impactos do ecoturismo na cidade


Segundo o recente relatório do Observatório de Regional de Turismo de Petrópolis, entre janeiro e novembro de 2024, os principais parques naturais da cidade receberam um grande número de pessoas: a sede de Petrópolis do Parque Nacional da Serra dos Órgãos (PARNASO) recebeu quase 34 mil pessoas, enquanto o Parque Cremerie atraiu 105 mil pessoas. Além disso, o maior fluxo de visitas nos parques ocorreu nos meses de junho, julho e agosto, enquanto nos meses de outubro e novembro o movimento caiu. Já a taxa média de ocupação hoteleira foi de 67,36%, com um pico de 90,33% em julho e uma queda para 49,03% em março. 


Esses dados ilustram a sazonalidade típica do setor turístico que é diretamente afetada pelo clima. No período do verão, a prática de ecoturismo diminui devido ao calor intenso e às chuvas frequentes que afetam a região. Já no inverno, as baixas temperaturas e o clima seco reduzem o volume de chuvas, tornando a prática de trilhas, escaladas e outras atividades de aventura mais seguras e favoráveis. 



Reprodução: Relatório do site da TurisPetro, Observatório Regional do Turismo.
Reprodução: Relatório do site da TurisPetro, Observatório Regional do Turismo.

Para Amanda Alvarez, diretora de Turismo e Eventos de Petrópolis, o ecoturismo tem impacto direto e positivo na economia, ao gerar uma série de benefícios para a comunidade local. “Gera empregos, fomenta o comércio, impulsiona a hotelaria e fortalece pequenos negócios ligados ao turismo sustentável”, afirma Amanda. Para a diretora, o ecoturismo tem crescido a partir dos investimentos em trilhas, parques e no turismo de aventura, além de uma maior conscientização sobre preservação ambiental. E ressalta que, após a pandemia, também cresceu a busca das pessoas por turismo ao ar livre, práticas sustentáveis e roteiros menos explorados.


Com o crescimento do ecoturismo na região, têm sido adotadas medidas de preservação como o monitoramento ambiental, a restrição de acesso a áreas sensíveis e a educação ambiental, para que o fluxo de pessoas não prejudique os ecossistemas locais. Segundo Amanda Alvarez, a prefeitura está trabalhando em projetos de educação ambiental em parques para orientar turistas sobre conduta responsável. 


“Petrópolis é um lugar que respira natureza e turismo”. Para o guia turístico Marcos Rabello, todo morador deveria conhecer o lugar onde vive e a Secretaria de Turismo deveria valorizar o que a cidade tem de mais belo. Amanda Alvarez, diretora de Turismo da cidade, afirma que a Prefeitura tem planos para ampliar o ecoturismo, incentivando a expansão de roteiros ecológicos e parcerias para a conservação ambiental. 







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