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Foto do escritorLuiz Gustavo Almeida

Engenhão tem primeira arena gamer pública no Brasil

Espaço inaugurado há um ano transforma o estádio Nilton Santos em polo de esportes eletrônicos com foco na democratização e no desenvolvimento de talentos


Área dedicada à realidade virtual na Arena Esports. Foto: Luiz Gustavo.

No coração do Estádio Nilton Santos, o Engenhão, um novo marco no universo dos esportes eletrônicos está mudando o jogo na Zona Norte do Rio. A Arena eSports Engenhão, a primeira arena gamer pública do Brasil, se consolida como um espaço que vai além das competições, abrindo portas para aprendizado, inclusão social e inovação tecnológica.


Com capacidade para 100 pessoas, o local combina infraestrutura de ponta com um propósito ambicioso: democratizar o acesso aos esportes eletrônicos e oferecer oportunidades a todos os apaixonados por games. “Aqui não se trata só de jogar, mas de criar oportunidades para quem antes não tinha acesso a esse universo”, explica Ricardo Guimarães (44), gestor operacional da arena.


A arena ocupa o espaço onde antes funcionava o Museu Olímpico, transferido para a Barra da Tijuca. A ideia surgiu da Prefeitura do Rio de Janeiro,  por intermédio de Chandy Teixeira, coordenador de Games e eSports. Com o apoio da Secretaria de Ciência e Tecnologia, o projeto ganhou vida recentemente, em 17 de janeiro de 2024. Desde então, o espaço tem se tornado referência: “A escolha foi certeira”, afirma Chandy. "Desde agosto, nossa agenda para 2024 está lotada, especialmente nos fins de semana, o que reflete a demanda reprimida por esse tipo de espaço”, aponta.


Além do palco principal para competições, a arena conta com estúdio de gravação, salas de preparação, camarins, arquibancadas, iluminação profissional e telão. O público também pode acessar jogos e consoles, reforçando o caráter inclusivo do projeto. 


O sucesso percebido pelos organizadores se materializa em números. Chandy diz que a arena já recebeu mais de 20 mil visitantes em menos de um ano, entre jogadores amadores, entusiastas e competidores profissionais. O local também abriga workshops e cursos introdutórios em temas como produção de conteúdo gamer, estratégias de gameplay e narração de partidas, criando oportunidades de capacitação.


Palco onde os jogadores competem. Foto: Luiz Gustavo.

Democratizando os esportes eletrônicos 


Os esportes eletrônicos, um setor que já supera a indústria cinematográfica em rentabilidade, historicamente têm sido acessíveis a um público restrito, devido ao alto custo de equipamentos. A Arena eSports Engenhão se propõe a mudar essa realidade. “Queremos que todos tenham a chance de jogar e competir, independentemente de sua condição financeira”, ressalta Ricardo Guimarães.


O impacto do modelo inclusivo da arena já começa a aparecer. Em outubro de 2024, o time oficial do espaço, composto por jovens da região sem acesso a equipamentos de ponta em suas casas, conquistou seu primeiro título em um campeonato de League of Legends. "Queremos levar o nome do Rio de Janeiro para os grandes torneios nacionais e provar que o talento daqui pode competir de igual para igual com qualquer equipe", afirma Ricardo Guimarães.


A arena também se destacou como ponto de encontro para as comunidades locais. "Recebemos famílias que nunca haviam tido contato com o universo gamer, e muitas vezes são os pais que saem mais empolgados após uma visita", comenta Ricardo, destacando a abrangência do impacto social do espaço. 


Para Gabriela Santos, de 19 anos, frequentadora regular da arena desde sua inauguração, o local é mais que um espaço de lazer; é uma plataforma de aprendizado. “Sempre fui apaixonada por games, mas nunca pensei que pudesse participar de algo assim. Aqui, eu tive a chance de narrar uma competição pela primeira vez e quero seguir nessa área. Eles realmente estão nos dando oportunidade de sonhar mais alto”, diz.


O Rio no mapa global dos eSports 


A Arena eSports Engenhão surge em um momento em que o Rio de Janeiro desponta como protagonista no cenário global dos esportes eletrônicos. Nos últimos anos, a cidade sediou eventos como a IEM Rio 2024, torneio internacional de Counter-Strike, e o mundial de Free Fire, que juntos movimentaram milhões e atraíram fãs de todo o mundo. 


Esses eventos não apenas fortalecem a posição do Brasil como um dos maiores mercados de eSports, mas também impulsionam a economia local e promovem a descoberta de novos talentos. Em 2023, por exemplo, o mercado de esportes eletrônicos no Brasil movimentou cerca de R$ 5 bilhões, segundo dados da Newzoo, principal plataforma global de dados de eSports, com mais de 90 milhões de entusiastas e espectadores regulares no país. 


Chandy Teixeira resume o espírito da iniciativa com uma analogia contundente: “Como saber que Pelé seria Pelé se não tivesse uma bola? Da mesma forma, aqui podemos descobrir grandes jogadores ao colocar um controle nas mãos deles.”


Estrutura de ponta: recém inaugurada, sala onde ocorre a narração dos torneios da Arena é disputada pelos frequentadores. Foto: Luiz Gustavo.

Futuro promissor 


Com visitação gratuita às terças, quartas e quintas, das 10h às 16h, a Arena eSports Engenhão se torna mais do que um espaço de jogos: é um símbolo de inclusão e transformação. Para 2025, o objetivo é expandir as atividades, oferecendo campeonatos interestaduais e novas parcerias com escolas públicas para integrar os eSports à educação.


“A Arena é o palco onde as estrelas do futuro podem começar a brilhar”, resume Ricardo Guimarães.


Para mais informações sobre a arena e a Nave do Conhecimento, acesse: Nave do Conhecimento.


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