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Festival CINEfoot celebra 15 anos em edição recorde

Único festival de cinema de futebol no Brasil destaca produções independentes e obras históricas pouco acessíveis


Por Lucas Vianna



                                                                 Estação Net Rio para exibição do Cinefoot                                                                   Foto: Lucas Vianna 
Estação Net Rio para exibição do Cinefoot                                                               Foto: Lucas Vianna 

O CINEfoot, único festival de cinema de futebol do Brasil, comemorou seus 15 anos com uma edição recorde de 74 filmes nacionais e internacionais. Realizado entre 9 e 16 de maio no Rio de Janeiro e entre 10 e 13 de maio em São Paulo, o evento destacou produções independentes, documentários históricos e obras que abordam futebol sob diferentes prismas sociais, culturais e políticos.


Antônio Leal, diretor-executivo do CINEfoot, durante uma das sessões no Estação Net Rio,  falou sobre a importância histórica e o alcance do festival: “Chegamos hoje com um recorde de filmes na edição comemorativa de 15 anos, sendo o único festival de cinema de futebol no Brasil, pioneiro na América Latina, terceiro no mundo, e seguindo firme na trajetória e olhando para o futuro – que é o que nos interessa”.


Mais do que homenagear a história do futebol nas telas, o CINEfoot também se propõe a provocar reflexões sobre o papel social do esporte. Antônio destacou a convergência entre cinema e futebol como uma potência popular e engajadora: “Nós temos essa responsabilidade de sermos o único festival do Brasil que une essas artes centenárias, o futebol e o cinema, em uma convergência muito especial, muito popular, muito engajadora”, afirmou. Ele ressaltou ainda o papel do festival na valorização de obras que dificilmente teriam espaço no circuito comercial. “A gente considera que o festival ajudou a projetar muitas produções que dificilmente alcançariam o público sem esse espaço”, completou.


Abner Rey, estudante de jornalismo e frequentador do festival, enxerga o CINEfoot como uma boa junção do cinema com o esporte: “Eu acho que o festival traz o público para perto dessas produções sobre um tema [futebol] que não é tão abordado em filmes, curtas, documentários. E ele é importante não só para trazer esse público distante desse nicho de produção, como também para trazer mais visibilidade para quem produz esses filmes.”



Antônio Leal e diretoras alemãs antes da exibição do filme “Onze Futuros: Berlinale encontra o futebol”                     Foto: Lucas Vianna / Rampas
Antônio Leal e diretoras alemãs antes da exibição do filme “Onze Futuros: Berlinale encontra o futebol”      Foto: Lucas Vianna / Rampas

O festival também pretende ir além da ideia de uma mostra temática. Busca promover um debate constante sobre a cultura popular e os vínculos sociais e políticos do esporte no Brasil. Para Abner, o CineFoot ocupa um espaço relevante no cenário cultural justamente por oferecer uma perspectiva mais crítica e aprofundada do esporte.


“O jornalismo esportivo no Brasil carece muito de uma certa profundidade, de uma certa reflexão social, cultural, educativa, bem mental sobre o esporte. Existe muito pouca transigência entre o que acontece dentro de campo e o que acontece fora dele relacionado ao futebol. E eu acho que eventos como esse fazem essa ponte com mais profundidade”, contou ao Rampas


No sábado  (10/05), no Estação Net Rio, o festival recebeu o Título de Mérito Esportivo Mestre Hélio Gracie, diploma concedido pela Câmara Municipal a entidades que prestam relevantes serviços ao esporte. A honraria foi entregue pelo deputado federal Tarcísio Motta que também homenageou personalidades como Afonsinho (ex-jogador), Dondon do Andarahy, a Associação Nacional de Torcidas Organizadas e o jornalista Lúcio de Castro.Parte fundamental da conexão do CineFoot com o público se dá por meio de parcerias com salas de cinema comprometidas com a difusão cultural no Rio de Janeiro, como o Grupo Estação Net de Cinema


Um dos espaços responsáveis por sediar as sessões da edição 2025, o circuito reforça a importância de manter ativa a cultura de festivais presenciais na cidade. Ao longo do ano, o Estação acolhe mostras temáticas e exibições de produções independentes, contribuindo para que filmes fora do circuito comercial possam encontrar seu público.Esse compromisso com a divulgação e exibição de filmes para um público mais geral é muito claro durante o festival. Na segunda-feira (12/05), antes e durante a exibição do documentário alemão Onze Futuros: Berlinale encontra o futebol, o cinema de rua Estação Net Rio se encontrava lotado de adolescentes e estudantes. 


A sessão, marcada por uma plateia majoritariamente jovem, foi resultado de uma parceria entre o festival, o Colégio Intercultural Brasil-Alemanha e o Instituto Bola pra Frente. A iniciativa levou estudantes e profissionais das instituições parceiras ao cinema, promovendo não apenas o acesso ao audiovisual, mas também o diálogo sobre temas como diversidade, inclusão e cidadania por meio do futebol.



                                                  Estudantes aguardando início da sessão                                                            Foto: Lucas Vianna / Rampas
Estudantes aguardando início da sessão                                                          Foto: Lucas Vianna / Rampas

O CINEFoot reafirmou seu compromisso com a diversidade de narrativas e temáticas. Além de produções históricas sobre ídolos e partidas memoráveis, a programação deste ano contou com filmes que abordam questões como futebol feminino, inclusão social, política e identidade cultural. 


Pensando no futuro, Antônio Leal também já vislumbra novos passos para o festival. Entre os planos, está a ampliação do evento para outras capitais e a preparação para a Copa do Mundo Feminina de 2027, que será sediada no Brasil: “O CINEfoot tem um acervo feminino espetacular de filme de futebol sobre mulheres e a gente quer desde já começar a receber novas produções para que a gente possa compor a programação linda. A Copa do Mundo é daqui a 2 anos no Brasil, tá na porta”, afirmou.













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