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  • Foto do escritorLyandra Pralon

Seu emprego na mira da inteligência artificial

Atualizado: 13 de abr.

Programas estão dando o que falar quando se pensa no futuro das profissões


Pexels/ Matheus Bertelli

A inteligência artificial vai roubar seu emprego? Com o avanço da IA, muitos trabalhadores estão se fazendo essa pergunta. A maior dúvida é se novas ferramentas operadas por inteligência artificial vão substituir profissionais humanos. Em áreas como comunicação, design, programação, entre outras, a presença dos programas operados dessa forma é cada vez maior.


O Rampas conversou com jovens profissionais que usam a inteligência artificial em seu cotidiano. Em geral, eles acreditam que as novas ferramentas não serão substitutas das capacidades humanas e sim auxiliares.


Igor Priolean, de 26 anos, estudante de Análise e Desenvolvimento de Sistemas na FATEC Praia Grande, relata que ainda não teve oportunidade de usar a nova ferramenta em seu ambiente de trabalho, mas que, para projetos pessoais e acadêmicos, a IA foi de grande ajuda.


Já Lucas Vieira, de 27 anos, bacharel em Design com foco em Comunicação pela ESAMC Campinas e especialista em Design de Interação UX e UI pela PUC Campinas, afirma que tem começado a explorar mais a inteligência artificial como ferramenta em seu trabalho, principalmente em atividades como filtragem de dados e decupagem de pesquisas com usuários. Isabella Alves, de 23 anos, formada em Design de Moda pela Senai Cetiqt e estudante de Licenciatura em Artes Visuais pela Estácio, explica que usou o ChatGPT como ferramenta para planejamento de stories. Ela conta que não utilizou exatamente o que o software lhe mostrou, mas partiu dele como base para outras coisas que queria fazer. Além disso, a artista também utiliza o programa como fonte de inspiração e referência.


A discussão sobre a presença da inteligência artificial no dia a dia ainda é muito recente, mas ela já está presente na nossa rotina há muito mais tempo do que percebemos. A AI pode ajudar a fazer escolhas mais inteligentes, além de integrar o Data Mining e a análise preditiva aos aplicativos, que é a observação de dados na busca de um padrão, com o objetivo de prever tendências. Você já se surpreendeu ao receber um anúncio em seu celular sobre um produto que você pesquisou ou o qual falou? Pois é, era tudo trabalho de inteligência artificial.


Apesar do uso da inteligência artificial ter se tornado muito comum, como no auxílio da produção de textos ou de obras de arte, não significa que será o fim de escritores, redatores e artistas. Alguns empregos serão afetados, é claro, mas não apenas de modo negativo.

“A chegada da IA no mercado de trabalho ainda é muito nova e polêmica, mas não tenho dúvidas de que em muitos cenários será de grande ajuda em alguns segmentos, como, por exemplo, o atendimento ao consumidor. Essa automação pode ser vista como prejudicial para quem trabalha com isso, mas deve ser entendida também como um meio de agilizar atendimentos que dependeriam de muitos funcionários”, esclarece Priolean.


De um ponto de vista mais técnico, a professora de Jornalismo da Universidade do Estado do Rio de Janeiro Débora Gauziski afirma que, apesar das IAs já estarem afetando alguns empregos, outros podem vir a surgir com o uso da nova tecnologia. Outra preocupação é a precarização dos empregos, visto que esses aplicativos facilitam a vida das pessoas, mas torna a mão de obra humana menos valorizada.


Um exemplo que pode ser utilizado para entender como essas ferramentas podem afetar o futuro das profissões é a questão do plágio. Para produzir certos produtos como músicas, imagens e textos, as IAs, em grande maioria, fazem uso de conteúdos já existentes, como o Midjourney, que para produzir uma imagem, utiliza de várias outras imagens, prática que desvaloriza obras de arte produzidas por humanos.


A professora Débora afirma que, na sua área de atuação, o plágio gera bastante preocupação, principalmente por causa da popularidade do ChatGPT. E traz a dúvida se os alunos realmente produziram seus trabalhos. No caso do jornalismo, além do plágio, tem a questão das informações incorretas. Recentemente houve algumas tentativas de fazer pesquisas através do ChatGPT, e viram que ele retornava com várias fake news. O chat entendia que algumas dessas notícias, que estavam bem ranqueadas por motivos adversos, eram confiáveis. Aqui nesse exemplo, a gente consegue ver como o olhar humano ainda é necessário”, completa Débora.


Ao falar sobre a possibilidade de ser substituído pela IA, Lucas Vieira explica que, na sua área, ele não se sente ameaçado, justamente por estar diretamente trabalhando com tecnologia e inovação. Para ele, a ferramenta irá apenas facilitar parte do seu trabalho. Além disso, Lucas explica que no design a empatia é importante para se criar soluções criativas para outras pessoas, e isso é algo que uma máquina não pode oferecer.


Já para Isabella, a resposta não é certa. A jovem artista afirma que, quando não entendia muito bem o que era a inteligência artificial sentia um pouco de medo, mas agora não mais. E diz que, na sua área de atuação, a tecnologia pode ser de grande ajuda na hora de buscar conceitos e referências.


"A ideia é automatizar tarefas mais repetitivas e torná-las mais eficientes, mas não necessariamente substituindo completamente. No meu ponto de vista, a interferência humana é necessária e sempre irá existir. Na área da saúde, por exemplo, não temos como substituir um profissional em medicina, mas a IA se torna uma ferramenta capaz de ajudar este profissional a, por exemplo, associar sintomas e doenças e reconhecer e interpretar imagens de radiografia de forma mais assertiva”, finaliza Igor.


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